“É um grande ícone de musicais, com canções contagiantes”, explica ele, que está envolvido na produção da versão inglesa do espetáculo, que estreia no ano que vem no West End londrino. A versão brasileira será uma adaptação da original.

“Grease” estreou em 1971 em Chicago, nos Estados Unidos, e virou filme em 1978. Foi montado no Brasil pela primeira vez em 1998. Na época, o produtor Peter Massine disse que serviria de teste para checar a aceitação de grandes musicais pelo público brasileiro.

“Temos certeza de que ‘Grease’ vai abrir caminho para a vinda de outros espetáculos da Broadway ao Brasil”, disse à Folha, na época. Deu certo. O espetáculo foi montado depois em 2003 e 2017.

Antes de “Grease”, Ricardo tem dois musicais pela frente: “Memphis”, que estreia entre 2018 e 2019, e “Legalmente Loira”, previsto para 2019. “Castelo Rá-Tim-Bum” (2017) e “A Era do Rock” (2017) foram as últimas produções da 4Act.

“O grande público não conhece muito o prêmio, diferentemente do Oscar ou do Grammy”, diz Renata Alvim, gerente da divisão de teatro da T4F, responsável por produções premiadas como “Les Misérables” e “O Rei Leão”.

Isso se deve em parte ao fato de a cerimônia não ser amplamente televisionada aqui —neste ano, será exibida pelo Film & Arts, disponível nas operadoras Net e Claro TV. A transmissão começa às 21h deste domingo (10).

“Acho que o Tony serve mais para apontar mudanças e tendências para os produtores, não interfere muito no público”, afirma Charles Möeller, que assina 43 musicais com sua dupla, Claudio Botelho.

Ricardo Marques, fundador da 4Act Entretenimento, que fez espetáculos como “Nas Alturas” e produz agora “Memphis”, acredita que o interesse pelo Tony tem crescido entre brasileiros, reflexo do desenvolvimento do gênero no país.

“Quanto mais pesquisarem, mais os vencedores serão valorizados aqui”, diz ele. “A tendência é que o número de produções da Broadway cresça.”

O crescimento se estende às produções brasileiras originais, afirma Alvim: “É um mercado tão promissor quanto o de musicais da Broadway”.

Dos 69 musicais vencedores do Tony desde 1949, 35 já foram montados no Brasil. O primeiro foi “My Fair Lady”, que venceu o prêmio em 1957 e chegou a São Paulo em 1962, com Bibi Ferreira e Paulo Autran.

As montagens engrenaram a partir dos anos 2000, com “Company” e “O Beijo da Mulher Aranha”. Desde 2007, ao menos um musical premiado com o Tony foi encenado aqui; em 2013, foram seis.

O que atrai mesmo o grande público são canções conhecidas, diz Möeller. Daí o sucesso dos musicais biográficos, como os inspirados na vida de Tim Maia e Cássia Eller.

A grandiosidade, o tempo em cartaz e o interesse que a história possa despertar são determinantes para escolher um musical, segundo Alvim. Se a história for de amor, superação, luta ou comédia, os favoritos do público, melhor.

★

Espetáculos vencedores do Tony na categoria melhor musical montados no Brasil

1962

My Fair Lady

1964

Como Vencer na Vida Sem Fazer Força

1965

Alô, Dolly!

1971

Um Violinista no Telhado

1972

O Homem de La Mancha

1974

A Gaiola das Loucas

1983

A Chorus Line
Evita

1989

Cabaré

1999

Rent

2000

Company
O Beijo da Mulher Aranha

2001

Les Misérables

2005

O Fantasma da Ópera

2007

My Fair Lady (remontagem)
Os Produtores

2008

A Noviça Rebelde

2009

Avenida Q
Hairspray
O Despertar da Primavera

2010

A Gaiola das Loucas (remontagem)
Cats
O Rei e Eu

2011

Cabaré (remontagem)
Evita (remontagem)
Um Violinista no Telhado (remontagem)

2012

Alô, Dolly! (remontagem)
Spamalot

2013

Billy Elliot
Como Vencer na Vida Sem Fazer Força (remontagem)
Crazy for You
O Rei Leão
Os Dois Cavalheiros de Verona
The Book of Mormon

2014

Nas Alturas
O Homem de La Mancha (remontagem)

2015

Kiss Me, Kate
Nine

2016

My Fair Lady (remontagem)
Rent (remontagem)
Sweeney Todd

2017

Kinky Boots
Les Misérables (remontagem)
O Homem de La Mancha (remontagem)
O Mistério de Edwin Drood

2018

A Noviça Rebelde (remontagem)
Os Produtores (remontagem)

Em produção

Annie
Company (remontagem)
Memphis
O Despertar da Primavera (remontagem)
O Fantasma da Ópera (remontagem)

O elenco e a equipe criativa do musical, que ficará em cartaz no teatro Renault, na região central da capital paulista, ainda não foram definidos.

A primeira montagem do espetáculo, de 2005, foi protagonizada por Saulo Vasconcelos, Sara Sarres, Kiara Sasso e Nando Pradho e ficou em cartaz por dois anos.

Até lá, o público poderá assistir a outros musicais importados da Broadway que estreiam neste ano em teatros paulistanos. “Peter Pan” (em cartaz), “A Pequena Sereia” (março), “A Noviça Rebelde” (abril) e “Os Produtores” (abril) são alguns deles.

Veja aqui a lista com as estreias previstas para 2018.

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O primeiro, que compôs as músicas de “West Side Story”, venceu 16 prêmios e recebeu 63 indicações no Grammy. Já Webber, responsável pelas trilhas de “Cats”, “O Fantasma da Ópera” e “Evita”, recebeu 3 estatuetas e 12 indicações.

A homenagem será conduzida por Ben Platt, que concorre ao Grammy pela primeira vez por “Dear Evan Hansen”, e pela veterana Patti LuPone. A atriz cantará “Don’t Cry For Me, Argentina” (canção que interpretou no Grammy de 1981), de “Evita”, e Platt vai interpretar um número de “West Side Story”.

Indicados

Três espetáculos concorrem na categoria de melhor álbum de teatro musical: “Dear Evan Hansen”, “Come From Away” e “Hello, Dolly!”. O primeiro venceu a estatueta de melhor musical na última edição do Tony Awards.

“The Colour Purple”, “Hamilton” e “Beautiful – The Carole King Musical” foram os vencedores das últimas três edições do prêmio.

O texto, assinado pelos atores André Magevski e Rômulo Rodrigues, será criado a partir de entrevistas com artistas que fazem ou já fizeram parte do grupo, como Carla Perez, Scheila Carvalho, Jacaré e Compadre Washington. Integrantes de movimentos culturais e artísticos da capital baiana também serão ouvidos durante a elaboração do roteiro.

Os principais clássicos do grupo, como “Pau Que Nasce Torto/Melô do Tchan” e “Na Boquinha da Garrafa”, estão garantidos na trilha. O elenco ainda não foi definido e será escolhido por meio de audições.

“O maior desafio de fazer o musical será lidar com o preconceito”, diz Magevski. “As pessoas insistem em fechar os olhos para os vários movimentos que existem em nosso país, se esquecendo que há muito a ser explorado e conhecido.”

A direção do espetáculo ficará a cargo de Fernando Philbert, que já dirigiu produções como o monólogo “Nefelibato” e a peça “O Escândalo Philippe Dussaert” e estreia no teatro musical. A produção será da Prama Comunicação.

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“2017 foi um ano atípico para nós. O setor da cultura enfrentou uma crise sem precedentes, o que impactou nos patrocínios”, observa o maestro Fabio Gomes de Oliveira, presidente da Associação dos Produtores de Teatro Musical. “Mas, apesar da menor quantidade de produções, elas foram de ótima qualidade e atraíram bastante público.”

As perspectivas para 2018 são positivas, segundo Oliveira. O maestro prevê um aumento no número de produções em relação a este ano e também um crescimento do turismo cultural, no qual grupos vão até as capitais para assistir a musicais.

Hora de escolher os espetáculos favoritos e programar os gastos para os próximos meses: veja, a seguir, uma lista com as principais estreias para o próximo ano.

★

São Paulo

A Noviça Rebelde

A história da família Von Trapp será remontada por Charles Möeller e Claudio Botelho dez anos após temporadas de sucesso no Rio e em São Paulo. As audições para o elenco serão realizadas em janeiro. Estreia em 5 de abril, em teatro ainda não definido. A produção é da dupla e do Atelier de Cultura.

A Pequena Sereia

Com Fabi Bang (“Wicked”), Rodrigo Negrini (“Les Mis”), Tiago Abravanel e Andrezza Massei (“Les Mis”) no elenco, estreia em 30 de março no teatro Santander, na zona oeste de São Paulo. A produção é de Stephanie Mayorkis e da IMM.

Annie

Vencedor do Tony Award de 1977, o musical que conta a história de uma jovem órfã chega em 29 de agosto a São Paulo. Ficará em cartaz no teatro Santander, na zona oeste da capital. A direção é de Miguel Falabella e a produção, do Atelier de Cultura.

Ayrton Senna

O espetáculo, protagonizado por Hugo Bonemer (“Rock in Rio”), relembra a história do piloto Ayrton Senna. Elementos circenses e efeitos de luz permeiam o musical. Em cartaz no Rio, chega em 16 de março ao teatro Sérgio Cardoso, na região central de São Paulo.

Coração Estradeiro

Protagonizado por Leo Chaves, da dupla Victor e Leo, o musical vai relembrar a história do cantor sertanejo Sérgio Reis. A estreia está prevista para o segundo semestre na capital paulista.

L, O Musical

Canções de vozes femininas da MPB embalam o musical, que celebra o amor entre mulheres. Dirigido por Sérgio Maggio, estreia em 6 de janeiro no Centro Cultural Banco do Brasil, na região central da capital.

Musical Popular Brasileiro

Conta a história de uma equipe improvisada que tem que montar um espetáculo grandioso em apenas uma semana, com as peripécias de anjos caídos que tentam chegar ao céu. Danielle Winits, Jarbas Homem de Mello (“Cantando na Chuva”), Reiner Tenente (“Cantando na Chuva”) e Giulia Nadruz (“Ghost”) integram o elenco. A estreia é em 2 de março no Teatro das Artes, na zona oeste.

Os Produtores

A Chaim Produções prepara uma remontagem do musical, com previsão de estreia para abril no teatro Procópio Ferreira, na região central de São Paulo. Estão confirmados no elenco Miguel Falabella (que também cuidará da direção), Danielle Winits e Marco Luque.

Peter Pan

Daniel Boaventura, Bianca Tadini (“O Homem de La Mancha”) e Maria Netto (“Cinderella”) são alguns dos nomes no elenco da superprodução, dirigida por José Possi Neto. A estreia será em 8 de março no teatro Alfa, na zona sul de São Paulo.

Se Meu Apartamento Falasse

Com Marcelo Médici (“Rocky Horror”), Malu Rodrigues (“Beatles Num Céu de Diamantes”), Marcos Pasquim e Maria Clara Gueiros, o musical conta a história de um funcionário de uma companhia de seguros que empresta seu apartamento para encontros de colegas em troca de vantagens na empresa. Chega em 21 de janeiro ao teatro Santander, na zona oeste. A produção é de Charles Möeller e Claudio Botelho.

Rio de Janeiro

American Idiot

O espetáculo, embalado por canções da banda Green Day, estreia no segundo semestre. Thiago Fragoso, Di Ferrero, Yasmin Gomlevsky (“Rock in Rio”) e Thais Piza (“We Will Rock You”) são alguns dos nomes no elenco. A direção é de Mauro Mendonça Filho e a produção, da Fábula Entretenimento.

Bibi – Uma Vida em Musical

A história da rainha dos musicais Bibi Ferreira, de 95 anos, será relembrada em um musical. Protagonizado por Amanda Acosta (“My Fair Lady”) e dirigido por Tadeu Aguiar, estreia em 5 de janeira no Oi Casa Grande, na zona sul do Rio.

Clube da Esquina – Os Sonhos Não Envelhecem

O movimento musical que reuniu nomes como Milton Nascimento, Flávio Venturini e os irmãos Lô e Márcio Borges ganhará uma adaptação para os palcos, sob a batuta de Eduardo Rieche. A previsão é que a temporada comece no segundo semestre.

Company

O musical, com canções de Stephen Sondheim, ganhará uma versão brasileira no segundo semestre de 2018, com direção de João Fonseca. O ator Reiner Tenente (“Cantando na Chuva”) e a atriz Joana Mendes estão confirmados no elenco.

Lava Jato

A sessão do impeachment de Dilma, a Operação Lava Jato e outros acontecimentos políticos recentes do país serão transformados em um musical. Idealizado pelo ator e produtor Judson Feitosa, estreia no segundo semestre.

Leo e Bia

A história do artista Oswaldo Montenegro e de sua trupe teatral no auge da ditadura militar será contada no musical. Com Bia Arantes (“Deus Salve o Rei”) no elenco, estreia em 6 de janeiro no teatro Maria Clara Machado, na zona sul.

Romeu e Julieta

O romance de Shakespeare estreia em 9 de março, no teatro Riachuelo, no centro da capital fluminense. A direção é de Guilherme Lema Garcia e a produção, da Aventura Entretenimento. A atriz Vera Holtz fará uma colaboração artística à montagem.

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O espetáculo venceu o troféu de melhor musical nos prêmios Bibi Ferreira e Reverência, realizados em outubro e dezembro, respectivamente. Atores da produção também foram premiados, como Ivan Parente, Andrezza Massei e Filipe Bragança.

No sábado (9), as apresentações serão às 16h e às 21h. No domingo, às 15h e 20h. Os ingressos podem ser comprados no site da Tickets for Fun.

O Musicais em Cena visitou os bastidores do musical e conversou com Rachel Ripani (diretora residente), Kacau Gomes (“Fantine”), Leo Wagner (“Jean Valjean”), Nando Pradho (“Javert”) e Laura Lobo (“Eponine”) sobre preparação física, desafios e curiosidades. Veja, a seguir, o que os atores contaram.

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Barry, 71, o único vivo dos três irmãos, será um dos produtores executivos do projeto. Dwinna e Yvonne Gibb, viúvas de Robin e Maurice, também participarão da produção. O espetáculo ainda não tem data ou local de estreia.

“É uma nova aventura para nós, uma chance de direcionar os holofotes para todos os meus irmãos”, afirmou Barry, em comunicado divulgado à imprensa. “Finalmente a verdadeira história sobre nós será contada. Mal posso esperar para começar!”

Jimmy Horowitz, presidente da Universal Pictures, disse que está “ansioso para levar até o público algumas das melhores músicas já escritas em um singular e empolgante show musical ao vivo”.

Lucian Grainge, CEO da Universal Music Group, afirmou que o musical “ajudará a apresentar os Bee Gees, responsáveis por algumas das melhores canções pop da história, para novas gerações.”

Além dos Bee Gees, artistas como Carole King, os Jersey Boys e as Supremes também inspiraram musicais baseados em suas trajetórias. Em 2018, as histórias de Cher e Tina Turner devem ganhar os palcos.

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“O que o Senna tem a ver com música? Tudo. Ele tinha uma sensibilidade na escuta digna de um músico. Era capaz de ouvir o carro, saber qual peça deveria ser trocada. Os mecânicos da Honda ficavam impressionados com esse talento”, afirma Renato Rocha, diretor da montagem.

Protagonizado por Hugo Bonemer (“Rock in Rio”), “Ayrton Senna” não será um musical biográfico tradicional. Em vez de contar a trajetória do piloto de forma cronológica, o diretor preferiu destacar de um jeito não linear os aspectos mais marcantes de sua biografia, como vitórias e relacionamentos.

A história se passará durante as cinco últimas voltas antes do acidente que o matou, na Itália. “A vida dele passará por sua cabeça em um turbilhão de imagens, fragmentos e sensações”, explica Rocha. “A proposta era inovar dentro da estrutura do teatro musical.”

Para além do conhecido “Tema da Vitória”, a trilha terá canções originais compostas por Claudio Lins (“Rio Mais Brasil”) e Cristiano Gualda (“4 Faces do Amor”), marcadas por efeitos de som e estilo eletrônico. “Elas dialogam com o universo tecnológico do automobilismo”, diz o diretor.

A linguagem circense é outro aspecto marcante da montagem, que será permeada por números acrobáticos. Rodolfo Rangel, da equipe de criação do Cirque du Soleil e antigo treinador da seleção brasileira de ginástica de trampolim, foi convidado para ajudar na preparação dos 24 atores do elenco.

“Ayrton Senna” é o primeiro musical de Rocha, que já criou espetáculos para a Royal Shakespeare Company, em Londres, e festivais de dança na Europa. A equipe criativa é formada ainda por Gringo Cardia (cenário e direção de arte), Dudu Bertholini (figurinos), Felipe Habib (direção musical) e Lavínia Bizzotto (coreografia). A produção é da Aventura Entretenimento.

“Criaremos uma experiência sensória e imersiva para que o espectador se sinta em um corredor de Fórmula 1”, afirma Rocha.

Teatro Riachuelo Rio. R. do Passeio, 40, Cinelândia, tel.: (21) 2533-8799. Qui. e sex.: 20h30. Sáb.: 16h30 e 20h30. Dom.: 18h. 1.000 lugares. Duração: 140 minutos. R$ 25 a R$ 150.

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A montagem levou outras cinco estatuetas: melhor ator coadjuvante (Ivan Parente), atriz coadjuvante (Andrezza Massei), ator revelação (Filipe Bragança) e versão (Claudio Botelho).

Na categoria de melhor musical brasileiro, o ganhador foi “Auê”, da companhia A Barca dos Corações Partidos.

A montagem levou ainda os prêmios de melhor letra e música original, e arranjo original  –as 21 canções do espetáculo, sobre as dores e delícias do amor, foram compostas pelos artistas do grupo.

“Cartola, o Mundo é um Moinho” foi eleito melhor musical na categoria voto popular. Concorria com outras 24 produções.

O musical mais premiado da noite, contudo, foi “My Fair Lady”. Indicado em doze categorias, venceu em seis, incluindo nas de melhor ator (Paulo Szot), diretor (Jorge Takla) e diretor musical (Luís Gustavo Petri).

A cerimônia, que chegou à sua quinta edição, incluiu musicais realizados entre 1 de julho de 2016 e 30 de junho de 2017 na cidade de São Paulo. Os vencedores foram escolhidos por um time de sete jurados da área do teatro.

Cerimônia tem críticas a censura

A cerimônia de premiação, apresentada por Miguel Falabella e Alessandra Maestrini, foi permeada por números musicais e manifestações de artistas contra a censura, em meio às polêmicas envolvendo exposições no país.

“A liberdade de expressão é fundamental”, disse Alonso Barros, vencedor do prêmio de melhor coreógrafo por “Alegria, Alegria”. “Está na hora de dizer basta, o artista não pode ser criminalizado como está sendo atualmente.”

“Abaixo a intolerância, abaixo a censura”, defenderam os atores de “Auê” ao receber a estatueta de melhor letra e música original.

“Em uma época obscura, fazer as pessoas rirem é um privilégio”, afirmou Andrezza Massei, eleita melhor atriz coadjuvante por “Les Misérables”.

O show começou por volta das 21h30 para uma plateia de cerca de 1.500 pessoas, entre artistas, diretores e estudantes.

O número de abertura, que contou com a participação de Falabella, Maestrini e dos atores Jarbas Homem de Mello e Kiara Sasso, falou sobre os desafios de se fazer um musical.

Para ironizar a falta de verba para o prêmio nesse ano– a produção teve que realizar uma campanha de financiamento coletivo nas redes para colocá-lo de pé, arrecadando R$ 14 mil– integrantes do coro surgiram de toalha no palco.

“Agora seria o momento do coro, mas, como estamos no terceiro mundo, não tem verba para o coro, então não vamos ter, porque eles precisam ser amplificados e vestidos”, disse Falabella pouco antes de os atores surgirem de toalha.

“Foi difícil de captar recursos nesse ano. Tentamos brincar nos números musicais com a questão da falta de dinheiro”, conta José Vinícius Toro, um dos produtores da cerimônia. “Mas, no fim, conseguimos driblar o problema.”

Houve apresentações ainda de números de “Les Misérables”, “My Fair Lady”, “Auê”, “Forever Young” e “Gota D’Água [a seco]”. Artistas mortos no último ano foram homenageados ao som da canção “Deus do Céu”, de “Les Misérables”, interpretada por Jarbas Homem de Mello.

O número de encerramento, “Sou o que Sou”, do musical “A Gaiola das Loucas”, contou com a participação de drag queens como Salete Campari e Silvetty Montilla, uma homenagem a Rogéria, morta em setembro deste ano.

“O prêmio é uma oportunidade de os artistas de teatro musical serem reconhecidos. Ainda é um mercado muito novo no Brasil. Espero um dia chegar ao nível do Tony Award”, diz Toro.

Veja, a seguir, a lista completa de indicados e vencedores.

★

Melhor Musical

• Auê (Sarau Agência e Companhia Barca dos Corações Partidos)
• Forever Young (Coisas Nossas Produções, Benjamin Produções e Chaim Produções)
• Gota D’Água [A Seco] (Sarau Agência)
• Les Misérables (T4F)
• My Fair Lady (Takla Produções, Egg Entretenimento e IMM)

Melhor musical brasileiro

• 60! Década de Arromba – Doc. Musical (Brain + e Reder Entretenimento)
• Auê (Sarau Agência e Companhia Barca dos Corações Partidos)
• Gota D’Água [A Seco] (Sarau Agência)
• Lembro Todo Dia de Você (Núcleo Experimental)
• O Grande Sucesso (Super Amigos Produções)

Melhor atriz

• Giulia Nadruz (Ghost)
• Laila Garin (Gota D’Água [A Seco])
• Paula Flaibann (Na Laje)
• Paula Capovilla (Forever Young)
• Simone Gutierrez (Tudo é Jazz)

Melhor ator

• Daniel Diges (Les Misérables)
• Flávio Bauraqui (Cartola – O Mundo é um Moinho)
• Marcelo Médici (Rocky Horror Show)
• Paulo Szot (My Fair Lady)
• Thiago Machado (Rent)

Melhor atriz coadjuvante

• Adriana Lessa (Cartola – O Mundo é um Moinho)
• Andrezza Massei (Les Misérables)
• Anna Toledo (Lembro Todo Dia de Você)
• Laura Lobo (Les Misérables)
• Nábia Villela (Roque Santeiro)

Melhor ator coadjuvante

• Ivan Parente (Les Misérables)
• Marcel Octavio (Rocky Horror Show)
• Nando Pradho (Les Misérables)
• Nicola Lama (Rocky Horror Show)
• Sandro Christopher (My Fair Lady)

Ator/atriz revelação

• Daniele Nastri (My Fair Lady)
• Davi Tápias (Lembro Todo Dia de Você)
• Diego Martins (A Era do Rock)
• Filipe Bragança (Les Misérables)

Melhor diretor

• Duda Maia (Auê)
• Jarbas Homem de Mello (Forever Young)
• Jorge Takla (My Fair Lady)
• Rafael Gomes (Gota D’Água [A Seco])
• Zé Henrique de Paula (Lembro Todo Dia de Você)

Melhor diretor musical

• Alfredo del Penho e Beto Lemos (Auê)
• Luís Gustavo Petri (My Fair Lady)
• Miguel Briamonte (Forever Young)
• Tony Lucchesi (60! Década de Arromba – Doc. Musical)
• Vania Pajares (Tudo é Jazz)

Melhor coreografia

• Duda Maia (Auê)
• Tania Nardini (My Fair Lady)
• Alonso Barros (Alegria, Alegria)

Melhor cenário

• André Cortez (Gota D’Água [A Seco])
• Nicolás Boni (My Fair Lady)
• Renato Theobaldo (Ghost)

Melhor figurino

• Fábio Namatame (My Fair Lady)
• Karen Brustolin (O Grande Sucesso)
• Kika Lopes (Gota D’Água [A Seco])

Melhor arranjo original

• Tony Lucchesi (60! Década de Arromba – Doc. Musical)
• Alfredo Del Penho e Beto Lemos, com colaboração da Barca dos Corações Partidos e Duda Maia (Auê)
• Thiago Gimenes (Alegria, Alegria)

Melhor letra e música original

• Alfredo Del Penho e Beto Lemos, com colaboração de Duda Maia e a Barca dos Corações Partidos (Auê)
• Rafa Miranda e Fernanda Maia (Lembro Todo Dia de Você)
• Elenco e equipe de O Grande Sucesso

Melhor roteiro original

• Fernanda Maia (Lembro Todo Dia de Você)
• Duda Maia e a Barca dos Corações Partidos (Auê)
• Diego Fortes (O Grande Sucesso)

Melhor versão

• Claudio Botelho (Les Misérables)
• Claudio Botelho (My Fair Lady)

Melhor desenho de luz

• Caetano Vilela (Lili Marlene)
• Renato Machado (Auê)
• Wagner Antônio (Gota D’Água [A Seco])

Melhor desenho de som

• Gabriel D’Angelo (Auê)
• Tocko Michelazzo (Alegria, Alegria)
• Tocko Michelazzo (My Fair Lady)

Melhor visagismo

• Duda Molinos e Feliciano San Roman (My Fair Lady)
• Hugo Daniel e Paulette Pink (Forever Young)
• Wilson Eliodoro (O Grande Sucesso)

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