A montagem levou outras cinco estatuetas: melhor ator coadjuvante (Ivan Parente), atriz coadjuvante (Andrezza Massei), ator revelação (Filipe Bragança) e versão (Claudio Botelho).
Na categoria de melhor musical brasileiro, o ganhador foi “Auê”, da companhia A Barca dos Corações Partidos.
A montagem levou ainda os prêmios de melhor letra e música original, e arranjo original –as 21 canções do espetáculo, sobre as dores e delícias do amor, foram compostas pelos artistas do grupo.
“Cartola, o Mundo é um Moinho” foi eleito melhor musical na categoria voto popular. Concorria com outras 24 produções.
O musical mais premiado da noite, contudo, foi “My Fair Lady”. Indicado em doze categorias, venceu em seis, incluindo nas de melhor ator (Paulo Szot), diretor (Jorge Takla) e diretor musical (Luís Gustavo Petri).
A cerimônia, que chegou à sua quinta edição, incluiu musicais realizados entre 1 de julho de 2016 e 30 de junho de 2017 na cidade de São Paulo. Os vencedores foram escolhidos por um time de sete jurados da área do teatro.
Cerimônia tem críticas a censura
A cerimônia de premiação, apresentada por Miguel Falabella e Alessandra Maestrini, foi permeada por números musicais e manifestações de artistas contra a censura, em meio às polêmicas envolvendo exposições no país.
“A liberdade de expressão é fundamental”, disse Alonso Barros, vencedor do prêmio de melhor coreógrafo por “Alegria, Alegria”. “Está na hora de dizer basta, o artista não pode ser criminalizado como está sendo atualmente.”
“Abaixo a intolerância, abaixo a censura”, defenderam os atores de “Auê” ao receber a estatueta de melhor letra e música original.
“Em uma época obscura, fazer as pessoas rirem é um privilégio”, afirmou Andrezza Massei, eleita melhor atriz coadjuvante por “Les Misérables”.
O show começou por volta das 21h30 para uma plateia de cerca de 1.500 pessoas, entre artistas, diretores e estudantes.
O número de abertura, que contou com a participação de Falabella, Maestrini e dos atores Jarbas Homem de Mello e Kiara Sasso, falou sobre os desafios de se fazer um musical.
Para ironizar a falta de verba para o prêmio nesse ano– a produção teve que realizar uma campanha de financiamento coletivo nas redes para colocá-lo de pé, arrecadando R$ 14 mil– integrantes do coro surgiram de toalha no palco.
“Agora seria o momento do coro, mas, como estamos no terceiro mundo, não tem verba para o coro, então não vamos ter, porque eles precisam ser amplificados e vestidos”, disse Falabella pouco antes de os atores surgirem de toalha.
“Foi difícil de captar recursos nesse ano. Tentamos brincar nos números musicais com a questão da falta de dinheiro”, conta José Vinícius Toro, um dos produtores da cerimônia. “Mas, no fim, conseguimos driblar o problema.”
Houve apresentações ainda de números de “Les Misérables”, “My Fair Lady”, “Auê”, “Forever Young” e “Gota D’Água [a seco]”. Artistas mortos no último ano foram homenageados ao som da canção “Deus do Céu”, de “Les Misérables”, interpretada por Jarbas Homem de Mello.
O número de encerramento, “Sou o que Sou”, do musical “A Gaiola das Loucas”, contou com a participação de drag queens como Salete Campari e Silvetty Montilla, uma homenagem a Rogéria, morta em setembro deste ano.
“O prêmio é uma oportunidade de os artistas de teatro musical serem reconhecidos. Ainda é um mercado muito novo no Brasil. Espero um dia chegar ao nível do Tony Award”, diz Toro.
Veja, a seguir, a lista completa de indicados e vencedores.
★
Melhor Musical
Melhor musical brasileiro
Melhor atriz
Melhor ator
Melhor atriz coadjuvante
Melhor ator coadjuvante
Ator/atriz revelação
Melhor diretor
Melhor diretor musical
Melhor coreografia
Melhor cenário
Melhor figurino
Melhor arranjo original
Melhor letra e música original
Melhor roteiro original
Melhor versão
Melhor desenho de luz
Melhor desenho de som
Melhor visagismo
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]]>A remontagem teve 11 novos atores em relação à produção anterior, realizada em 2014, como Bianca Tadini (“Cinderella”), André Loddi e Ludmillah Anjos (ambos de “Ghost”).
Para a atriz Sara Sarres, que vive a personagem Aldonza, participar da nova montagem foi como “reencontrar um parente que você gosta muito e achou que nunca mais encontraria”. Ela acredita que novas experiências deixaram a montagem mais “madura”.
Floriano Peixoto, diretor associado da montagem, conta que o maior desafio foi remontar a peça em um tempo curtíssimo: menos de um mês.
A maratona de apresentações –cerca de seis por semana — exigiu uma grande dedicação dos atores. “Eu não tenho saúde para segunda, terça ou quarta sair para fazer qualquer coisa”, conta Cleto Baccic, o Dom Quixote. “Acaba o show preciso comer e descansar. Porque a semana é longa, o descanso é curto.”
O blog visitou os bastidores do espetáculo e conversou com os atores sobre os desafios e pontos altos do musical.
Não conseguiu assistir? Dê o play no vídeo e veja um pouco do que foi “O Homem de La Mancha”.
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Tadini viverá Antônia, sobrinha de Dom Quixote, Loddi será Sansão Carrasco e Ludmillah fará o papel da criada de Antônia.
Os protagonistas da versão anterior, Cleto Baccic, o Dom Quixote, Sara Sarres, a Aldonza, e Jorge Maya, o Sancho Pança, permanecem no elenco –Baccic venceu em 2015 o Prêmio APCA, da Associação Paulista de Críticos de Arte, de melhor ator por sua performance no espetáculo.
“É um musical que não se esgota em nenhum lugar do mundo. O povo pediu e ele voltou”, diz Miguel Falabella, diretor da peça.
Para ele, um dos pontos altos da história de Cervantes é a mensagem de esperança que transmite. “O Brasil de 2017 é muito pior do que o de 2014. A degradação moral e a desesperança que tomaram conta do país fazem com que o exemplo de Quixote seja ainda mais fundamental”, afirma.
O musical ficará em cartaz até 2 de abril.
Curiosidades sobre o espetáculo
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