“É um grande ícone de musicais, com canções contagiantes”, explica ele, que está envolvido na produção da versão inglesa do espetáculo, que estreia no ano que vem no West End londrino. A versão brasileira será uma adaptação da original.

“Grease” estreou em 1971 em Chicago, nos Estados Unidos, e virou filme em 1978. Foi montado no Brasil pela primeira vez em 1998. Na época, o produtor Peter Massine disse que serviria de teste para checar a aceitação de grandes musicais pelo público brasileiro.

“Temos certeza de que ‘Grease’ vai abrir caminho para a vinda de outros espetáculos da Broadway ao Brasil”, disse à Folha, na época. Deu certo. O espetáculo foi montado depois em 2003 e 2017.

Antes de “Grease”, Ricardo tem dois musicais pela frente: “Memphis”, que estreia entre 2018 e 2019, e “Legalmente Loira”, previsto para 2019. “Castelo Rá-Tim-Bum” (2017) e “A Era do Rock” (2017) foram as últimas produções da 4Act.

“O grande público não conhece muito o prêmio, diferentemente do Oscar ou do Grammy”, diz Renata Alvim, gerente da divisão de teatro da T4F, responsável por produções premiadas como “Les Misérables” e “O Rei Leão”.

Isso se deve em parte ao fato de a cerimônia não ser amplamente televisionada aqui —neste ano, será exibida pelo Film & Arts, disponível nas operadoras Net e Claro TV. A transmissão começa às 21h deste domingo (10).

“Acho que o Tony serve mais para apontar mudanças e tendências para os produtores, não interfere muito no público”, afirma Charles Möeller, que assina 43 musicais com sua dupla, Claudio Botelho.

Ricardo Marques, fundador da 4Act Entretenimento, que fez espetáculos como “Nas Alturas” e produz agora “Memphis”, acredita que o interesse pelo Tony tem crescido entre brasileiros, reflexo do desenvolvimento do gênero no país.

“Quanto mais pesquisarem, mais os vencedores serão valorizados aqui”, diz ele. “A tendência é que o número de produções da Broadway cresça.”

O crescimento se estende às produções brasileiras originais, afirma Alvim: “É um mercado tão promissor quanto o de musicais da Broadway”.

Dos 69 musicais vencedores do Tony desde 1949, 35 já foram montados no Brasil. O primeiro foi “My Fair Lady”, que venceu o prêmio em 1957 e chegou a São Paulo em 1962, com Bibi Ferreira e Paulo Autran.

As montagens engrenaram a partir dos anos 2000, com “Company” e “O Beijo da Mulher Aranha”. Desde 2007, ao menos um musical premiado com o Tony foi encenado aqui; em 2013, foram seis.

O que atrai mesmo o grande público são canções conhecidas, diz Möeller. Daí o sucesso dos musicais biográficos, como os inspirados na vida de Tim Maia e Cássia Eller.

A grandiosidade, o tempo em cartaz e o interesse que a história possa despertar são determinantes para escolher um musical, segundo Alvim. Se a história for de amor, superação, luta ou comédia, os favoritos do público, melhor.

★

Espetáculos vencedores do Tony na categoria melhor musical montados no Brasil

1962

My Fair Lady

1964

Como Vencer na Vida Sem Fazer Força

1965

Alô, Dolly!

1971

Um Violinista no Telhado

1972

O Homem de La Mancha

1974

A Gaiola das Loucas

1983

A Chorus Line
Evita

1989

Cabaré

1999

Rent

2000

Company
O Beijo da Mulher Aranha

2001

Les Misérables

2005

O Fantasma da Ópera

2007

My Fair Lady (remontagem)
Os Produtores

2008

A Noviça Rebelde

2009

Avenida Q
Hairspray
O Despertar da Primavera

2010

A Gaiola das Loucas (remontagem)
Cats
O Rei e Eu

2011

Cabaré (remontagem)
Evita (remontagem)
Um Violinista no Telhado (remontagem)

2012

Alô, Dolly! (remontagem)
Spamalot

2013

Billy Elliot
Como Vencer na Vida Sem Fazer Força (remontagem)
Crazy for You
O Rei Leão
Os Dois Cavalheiros de Verona
The Book of Mormon

2014

Nas Alturas
O Homem de La Mancha (remontagem)

2015

Kiss Me, Kate
Nine

2016

My Fair Lady (remontagem)
Rent (remontagem)
Sweeney Todd

2017

Kinky Boots
Les Misérables (remontagem)
O Homem de La Mancha (remontagem)
O Mistério de Edwin Drood

2018

A Noviça Rebelde (remontagem)
Os Produtores (remontagem)

Em produção

Annie
Company (remontagem)
Memphis
O Despertar da Primavera (remontagem)
O Fantasma da Ópera (remontagem)