‘Queríamos um repertório inédito’, diz Zeca Baleiro sobre ‘Roque Santeiro’

Fugir das referências musicais da novela “Roque Santeiro” (1985) foi o maior desafio do cantor Zeca Baleiro na hora de compor as canções para o musical homônimo, que estreou no dia 27 de janeiro no teatro Faap, na região central de São Paulo.

“Queríamos criar um repertório inédito e original, desvinculado da trama, cuja trilha está muito viva no imaginário das pessoas”, afirma.

Mesmo assim, o músico conta que ele e a diretora da montagem, Débora Dubois, “não resistiram à tentação” e acrescentaram duas músicas do folhetim na peça: “Dona” e “ABC do Santeiro”, da dupla Sá e Guarabyra.

O espetáculo tem 21 canções, que transitam por gêneros como bolero, tango e brega. Dez delas foram compostas por Baleiro, enquanto que as outras –com exceção das duas da novela– foram fruto de uma “parceria póstuma” entre o cantor e Dias Gomes, autor da peça.

Isso porque algumas letras de músicas já faziam parte da montagem original, escrita em 1963 com o nome de “O Berço do Herói”, e coube ao cantor musicá-las. A peça foi censurada pela ditadura e se transformou em novela anos depois, com o novo nome de “Roque Santeiro”.

“Não estamos inventando a pólvora. A peça é musical em sua origem”, explica Baleiro. “Além de dramaturgo, ele (Gomes) se revelou um poeta de mão cheia”, completa.

Esse é o quarto musical do cantor em parceria com Dubois. Os outros foram “Quem tem Medo de Curupira?” (2010), “Lampião e Lancelote” (2013) –vencedor do prêmio Bibi Ferreira de melhor musical daquele ano– e “A Paixão Segundo Nelson” (2016).

Teatro FAAP. R. Alagoas, 903, Higienópolis, tel. 3662-7232. 506 lugares. Sex. e sáb.: 21h; dom.: 18h. Até 7/5. R$ 50 a R$ 90.


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