Veterana da televisão, a atriz Susana Ribeiro, 47, assumiu em 2016 a missão de dirigir o seu primeiro musical: “Rent”, que estreou em dezembro no teatro Frei Caneca, na Consolação (região central de São Paulo).

“Meu desafio foi achar dramaturgia dentro desse formato e manter os atores ligados às palavras, ainda que cantadas”, diz ela, que participou recentemente da novela “A Lei do Amor”.

Um dos objetivos da diretora foi trazer a peça, que se passa na década de 1980 em Nova York, para os dias de hoje: “A ocupação da rua foi uma das questões da história que quis reforçar. Acredito que temos que ocupá-la para melhorar a nossa cidade.”

O curioso é que, antes de entrar no projeto –a convite do ator Bruno Narchi, 30, diretor de produção e um dos protagonistas da peça– Ribeiro nunca tinha assistido ao filme ou a montagens do “Rent”.

Mas, para a atriz, sua “ignorância” ajudou no resultado final. “Um dos pontos mais bacanas do projeto foi que ganhei liberdade para criar uma nova versão da montagem. Não queria ser influenciada pelas anteriores”, conta.

Essa não foi, contudo, a primeira vez da atriz em um musical. Em 2014, se destacou em “Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz” como a mãe do cantor.

E ela não deve parar por aí. “A experiência foi ótima. Quero fazer mais musicais”, garante.

Para ator, espetáculo é montado em ‘momento necessário’

O time de “Rent” é formado por 18 atores, seis músicos e cerca de dez pessoas nas equipes técnica e de produção. Tudo começou há cerca de dois anos, pelas mãos de Narchi, que já participou de musicais como “Fame” (2012) e “Cinderella” (2016).

“Eu já estava ficando um pouco cansado de fazer trabalhos que, apesar de divertidos, não batiam com a nossa realidade. Acredito que a arte tem a missão de questionar as coisas e expandir o pensamento das pessoas”, conta ele, que, até então, nunca havia se arriscado como produtor de um espetáculo.

Para o ator, “Rent” foi montado em um “momento muito propício e necessário”, porque fala “de amor, dentro da diversidade, da aceitação e da amizade”. “A gente se diz muito evoluído hoje em dia, mas ainda somos muito preconceituosos e divisores”, justifica.

No Brasil, a peça já havia sido montada em 1999, com direção de Billy Bond. No elenco, artistas como Alessandra Maestrini, Jarbas Homem de Mello e Bianca Tadini.

A nova versão do musical não tem a pretensão de ser uma superprodução, mas conta com um elenco de peso. Myra Ruiz, protagonista de “Wicked” (2016), Thiago Machado, de “Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz” (2014) e Rocky Horror Picture Show (2016), e Max Grácio, de “Mudança de Hábito” (2015), são alguns dos destaques da peça.

Em cartaz até março, o projeto foi autorizado a captar R$ 2.107.430 pela lei Rouanet em 2015.

Teatro Shopping Frei Caneca. R. Frei Caneca, 569, Consolação, tel. 3472-2229. 600 lugares. Ter. e qua.: 21h. Até 29/3. Estac. a partir de R$ 10. Ingresso: R$ 100.

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